quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Arquitetura e Acessibilidade nos cinemas:

05:00


Com o final da Segunda Guerra e da guerra do Vietnã, Europa e Estados Unidos passaram a se deparar com a necessidade de se acolher em espaços públicos a presença de pessoas com necessidades especiais – cadeirantes, deficientes visuais, deficientes auditivos entre outros. Nos anos 70 começaram a ser esboçadas leis para impor a criação de adaptações em espaços de trabalho, ensino, cultura e lazer.


Esse tema só entrou em pauta no Brasil entre as décadas de 80 e 90 e apenas nos últimos 15 anos essa enorme parcela da população passou a ser vista nas ruas, em escritórios, nos parques, teatros, shows e cinemas.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), 10% da população de cada país tem algum tipo de deficiência. Somente na cidade de São Paulo são 2,8 milhões (segundo dados do IBGE) que devem ter garantidos seus direitos de acesso a todos os espaços públicos, transportes e espaços de lazer.

Os arquitetos então mergulharam de corpo e alma neste grande desafio: manter a criatividade na elaboração de espaços atendendo a todos os pré-requisitos para a acessibilidade. 
Atualmente, para todos os espaços públicos e de lazer, edifícios comerciais e até residenciais multifamiliares, são necessários projetos que contemplem a acessibilidade.
E quem frequenta as salas de cinema percebe claramente a importância dos projetos arquitetônicos com esse foco. É um grande desafio atender a todas as normas e legislações de órgãos públicos, assim como a normatização da própria rede de cinemas, no desenvolvimento de projetos que muitas vezes têm que se adaptar a áreas compactas e pré-definidas e criar espaços agradáveis e confortáveis para todos os usuários. 

A FMC – Ferrés, Milani & Campanhã Arquitetura, desenvolve projetos para clientes em diversas áreas de atuação – agências bancárias, edifícios corporativos, indústrias, etc. - onde aplica as normas de acessibilidade. 
Porém, nas salas de cinema as demandas são constantes e os projetos mais questionados já que frequentados por um público grande e diversificado em todo o território nacional. As normas se aplicam a todas as áreas públicas de um cinema, principalmente nos acessos, bilheteria, bomboniere, circulação, sanitários e posições na plateia. 
As salas começam a ser projetadas a partir do número de poltronas que estarão disponíveis. Desse total, em média 2% dos lugares serão especiais para cadeiras de rodas, incluído um acompanhante ao lado. Os lugares especiais podem ser distribuídos em várias partes da sala, prevendo sempre a necessidade de rampas com inclinação suave. Os cadeirantes devem ocupar lugares em que sejam respeitados ângulos pré-determinados entre o ponto de visão e a tela para uma perfeita visualização.
Para os deficientes visuais, o piso deve ser tátil no início e final das escadas e rampas. No início e final de corrimãos de escadas e rampas deve haver sinalização em Braille.
Para que um cinema em São Paulo receba o selo de “acessível”, deve sempre estar de acordo com todas as normas da CPA. E a cada nova demanda, novas reformas são promovidas.
Trabalhamos dentro de um jogo entre o espaço disponível e as normas. Mas não podemos perder o foco do bem-estar e respeito às pessoas com necessidades especiais, desde o momento em que chegam à bilheteria, passam pela bomboniere, utilizam os sanitários, acomodam-se nos lugares e assistem ao filme.
* Thaís Milani é arquiteta desde 1981 e sócia da FMC – Ferrés, Milani e Campanhã Arquitetura desde 2003. 

Matéria na integra no site: http://www.segs.com.br

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